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sábado, 21 de novembro de 2009

Gastamos na tinta e economizamos nas vidas - Relato de um problema que exige uma solução urgente

O texto que se segue, é um relato pessoal, de minha autoria, ocorrido na cidade Uberlândia. Adianto que é um pouco longo, mas não cosegui suprimir qualquer parte que não representasse o meu pensamento como um todo. Acredito que em 10 minutos de leitura, poderá compartilhar comigo o mesmo desfecho que solicito e de alguma forma ser colaborativo.
Marcelo Henrique dos Santos
Agora as 01:32 horas da manhã da madrugada do dia 21 de Novembro, resolvi escrever este texto imbuído de um sentimento de preocupação social, assumidamente instantâneo e de certa forma até egoísta, pois como quase todos da nossa espécie humana, somos na maior parte do tempo ou quase em sua totalidade preocupados apenas com o pequeno círculo que nos insere. E coincidentemente um pequeno círculo foi um dos elementos cênicos dessa tragédia, que apesar de recorrente ainda não havia me colocado como um de seus personagens principais.
Sou morador do bairro Jardim Karaíba, mais especificamente na Alameda Marília de Dirceu, no cruzamento com a Alameda da Derrama, a aproximadamente 300 metros da Avenida Nicomedes Alves do Santos. Para ter uma referência mais forte ainda, principalmente para os que por aqui trafegam, em frente à casa há um daqueles círculos desenhados no chão em um amarelo já desbotado, que deveria ser entendido por "ROTATÓRIA", ao redor deste circulo existem 3 palavras grafadas no chão: "PARE" e o meu portão vermelho.
As palavras "PARE", principalmente as duas grafadas na Alameda Marília de Dirceu, são por quase todos condutores que já pude presenciar (e entendam que tenho uma vista indesejavelmente privilegiada para o local) lidas como SIGA, CONTINUE NA VELOCIDADE ABSURDA QUE ESTÁ, ISSO É UMA SINALIZAÇÃO OPCIONAL e qualquer outro significado inverso ao proposto pelas leis de trânsito ou definidas claramente em qualquer dicionário. Estou falando de condutores de todos os tipos de veículos: caminhões, ônibus, carros particulares e a serviço, motocicletas e sem qualquer distinção de classe, sexo, ou alguma outra. Os caminhões são os mais fáceis de identificar, porque quando passam na velocidade rotineira posso sentir o chão tremer em qualquer ponto da minha casa. O circulo amarelo, talvez sirva de referência para aumentar a aceleração quando se passa por cima. Se de fato tivesse qualquer relevo e fosse atingido na velocidade pela qual os condutores hoje passam, teríamos uma grande rampa com veículos sendo arremessados a todo minuto.
Mas voltando a minha preocupação social instantânea, depois de presenciar vários acidentes na porta da minha casa, e inúmeros quase-outros, acabei sendo vítima também. Acredito que era apenas uma questão estatística, consegui evitar vários acidentes entrando ou saindo de casa, mas infelizmente ontem dia 20 de Novembro aproximadamente às 21 horas, acabei participando da parte indesejada da amostragem.
Estava na Al. Marília de Dirceu sentido Av. Nicomedes Alves para Bairro, ainda que pareça uma redundância "PAREI" no "PARE" escrito no chão, dei seta para a direita, apertei o botão do Controle remoto do portão, que começou a abrir, olhei nos outros 2 sentidos do cruzamento como de costume e aprendido no código de transito. Engatei a primeira marcha e comecei a convergir para a direita sentido a garagem da minha casa. Em um prazo de 1 segundo ou menos, pude escutar um grande barulho e ver um homem voando à frente do meu carro quase batendo a cabeça no portão e caindo sentado na porta da minha casa.
Fui vítima pela imprudência, de um desrespeito a uma sinalização de trânsito, simples, clara e objetiva, PARE, não é uma sinalização opcional, vítima também por uma tentativa de ultrapassagem pela direita proibida no Brasil e de uma velocidade acima da permitida apresentadas em placas ao longo da via . Fui vítima felizmente, se assim posso dizer, bem característico do otimismo conformista de nós brasileiros, apenas com um grande prejuízo material e seguramente emocional. Diferente dos meus prejuízos, o condutor da motocicleta que me atingiu somou um prejuízo mais severo, com várias escoriações e uma fratura exposta de um osso que rasgou sua perna esquerda. Desejo verdadeiramente que ele se cure o mais rápido possível, tão rápido quanto desejo que as imagens presentes nos meus olhos e este gosto amargo na minha boca desapareçam ou tão rápido quanto desejo que ele e os outros condutores que passam por aqui ou em qualquer outra via de trânsito entendam o potencial dano que podem causar a si e a terceiros por negligência, imprudência ou imperícia. A principio seria suficiente parar por aqui, mas por conhecimento de causa sei que o meu caso se juntou a outros acontecidos e a outros que virão a acontecer se não tomarmos providência? alguma atitude? ( e já pelo fato do tempo dedicado a escrever estas palavras me incluo como colaborador). Venho solicitar que as competências responsáveis tomem uma providência imediata para que tragédias como a de hoje ou até maiores possam ser minimizadas com ações mais elaboradas, eficientes, inteligentes, as quais certamente devem pertencer ao universo daqueles que tem no seu foco de trabalho a preocupação com o trânsito, a sua segurança e todos os outros elementos que o envolvem. Infelizmente, seria utópico pensar em um trânsito sem infrações e contar com 100% de motoristas com 100% de qualidades para conduzir veículos potencialmente danosos, para isso criamos alguns mecanismos como os que ferem o bolso, como as multas eletrônicas, ou outros menos rentáveis e mais antiquados como os quebra-molas. Mas garanto que antes um quebra-molas antiquado que a força impõe uma redução de velocidade, do que ter uma perna quebrada ou mesmo ver como a que eu tive que ver hoje. Poderíamos simplesmente dizer que o senhor que conduzia a moto foi vitíma da sua própria imprudência e resolver o impasse, que Deus foi bom pra mim que só vou ter que pagar o conserto de um carro (não entendam como falta de gratidão a Deus) mas infelizmente não é assim que pensamos socialmente e não tenho nenhuma senioridade, humilde e vergonhosamente falando, para concluir isto. Temos que criar mecanismos mais eficazes e mais inteligentes que diminuem as chances de erros de todos, mas principalmente dos mais imprudentes. Desenhando círculos amarelos no chão já adianto, literalmente de camarote, que não convence ninguém que aquilo ali é uma rotatória, e que rotatórias não foram feitas para passar em cima, aos mais imprudentes então isso é chacota.
Me disponho, no meu ímpeto de cidadão comprometido a ajudar a prefeitura ou a secretaria municipal de trânsito a subir os 20 centímetros de meio-fio contornando o desenho amarelo do chão. Estou aqui de frente a disposição, no que for preciso e não estou falando do IPTU, do ISS, ou das multas municipais que já contribui e contribuo sempre. Faço um canteiro, planto uma árvore do cerrado, rego, podo, compromisso firmado e reconhecido se preciso for, bem melhor que ser chamado ao interfone para prestar socorro a várias vitimas dessa encruzilhada entre a vida e morte, ou não obstante eu mesmo tocando o interfone novamente, desesperado para que a minha esposa chame socorro em episódio meu.
O que não podemos é deixar que novas vítimas, sejam elas autorais ou não, venha se somar a números em uma situação tão simples de resolver, nao estou falando de viadutos, nem de anéis viários, nem passarelas ou de qualquer coisa que sirva de homenagem a alguém. Que sejam os quebra-molas, opção bem melhor que os quebra-pernas mal sinalizados que aqui estão, ou qualquer outra forma, sejam elas rentáveis ou não ao caixa municipal.
Eu aprendi desde pequeno, nascido e criado na cidade de Uberlândia, que pior do que não fazer nada é fazer mal feito. Desenhar circulo no chão acho que nunca vai ser uma boa opção de respeito a direção ou redução de velocidade, a gente acaba gastando na tinta e economizando no resultado.
O pior é que ainda existe uma minoria que entendeu a rotatória desenhada e os sinais claros de pare que acabam sendo as principais vitimas e absurdamente complicando ainda mais o trânsito da maioria que não respeita. Um começa a fazer a rotatória o outro vai reto, o outro buzina para o que parou no pare, vem outro e utrapassa pela direita, enfim em um lugar com regras mal definidas cada um se acha no direito de criar a sua própria, O problema é quando as regras se chocam e nesse caso, literalmente.
Apenas para não ter erro, ou mais erros do que os que já tem e sim uma busca imediata por solução, aos que tiverem interesse em avaliar as rotatórias bidimensionais, criadas ou supervisionadas pela Secretaria Municipal de Trânsito, de quem espero uma visita emergencial, elas estão instaladas ou pintadas na Alameda Marília de Dirceu, chegando pela Av Nicomedes Alves dos Santos sentido UNITRI-CENTRO vire à direita na última rua da descida antes da curva, onde tem um novo viveiro de plantas chamado MANAKA. Esta já é a Alameda Marília de Dirceu (referência à obra lírica imortalizada do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga) a aproximadamente 100 metros tem um grande cruzamento onde uma das rotatórias amarelas desrespeitadas estão, essa é a maior, uma grande obra. Seguindo mais adiante, 100 metros mais, está a outra, a qual vos falei, mais simplesinha, até mais desbotada pela borracha dos pneus acelerados que a ataca, mas com um potencial para acidente sem igual, pela velocidade que é possível atingi-la em todos os sentidos.
Estou mandando este desabafo, para todo mundo que eu conheço, para os meios de impressa que possibilitam acesso pela internet, mas principalmente para a Prefeitura Municipal de Uberlandia, Secretaria de Trânsito, e alguma outra que achar conveniente. Se sintam, no direito ou quem sabe dever de replicá-lo a quem achar conveniente, acredito que com paciência para ler, todos terminarão com um sentimento próximo ao meu.
Apesar de triste, angustiado por não saber como está ou ficará meu algoz desta tragédia, que por fim ficou com um prejuízo bem maior do que os meus finaceiro e emocional, acredito, antes mesmo dos meus votos consecutivos na atual Gestão da Prefeitura da Cidade de Uberlândia pelo respeitado e honrado Sr. Odelmo Leão Carneiro e consequentemente na competência de todos aqueles que foram por ele convidados a participar de qualquer uma de suas secretarias ou qualquer outra função colaborativa para que tenhamos uma cidade melhor, que este relato receberá a devida atenção e uma ação imediata.
Talvez no longo texto tenha transparecido a indignação com o que me ocorreu, de uma forma às vezes ríspida e amarga, o que acho, por enquanto, no calor do momento bem razoável a compreensão. Mas já me prontifíco e desejo em breve reescrever a todos, apresentando e afirmando a agilidade na solução tomada, e assumindo meu erro de cidadão negligente e acomodado que percebeu um grave problema e se manteve quieto até que fosse vitima do já conhecido, para que só assim tomasse qualquer providência. Será o erro que assumirei com a maior humildade e prazer. Todos estamos sujeitos a errar ou não cumprir seu papel de forma adequada em algum momento seja como pessoas físicas, cidadãos, empresas ou governo, mas assim que detectada a falha ela deve tão breve quanto possível ser resolvida, mesmo porque depois de conhecido nos tornamos responsáveis por ele também, direta ou indiretamente.
Espero que a minha lição, amarga, seja aprendida por todos de uma forma mais amena e que possamos ser mais colaborativos, exigindo, criando ou aproveitando melhor os canais que existem. Além é claro e principalmente espero a solução imediata do problema relatado pelos compententes.
Obrigado
Marcelo Henrique dos Santos

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